Greta Gerwig renova o romantismo no cinema em Adoráveis Mulheres

Elenco reúne um super time de atrizes da nova geração

Adoráveis Mulheres comprova que só uma mulher é capaz de entender a história de outra. Ou melhor dizendo, de pelos menos umas cinco, como é o caso deste filme de Greta Gerwig. A diretora, que vem despontando em filmes que abordam o universo feminino, agora chega com a refilmagem de um clássico do cinema e da literatura.

Com seu nome sendo reconhecido entre os grandes de Hollywood, Greta reuniu um elenco prestigiado com nomes como de Meryl Streep e Laura Dern, e outras estrelas em ascensão como são os casos de Saiorse Ronan e Timothé Chamalet. A dupla repete a parceria já vista em Lady Bird – A Hora de Voar nesta nova versão baseada no livro de Louisa May Alcott. 

O que poderia soar brega e até repetitivo, nas mãos de Greta tornou-se uma encantadora história de união feminina, empatia e superação. O longa carrega o ar romântico típico do gênero, com casarões, vestidos volumosos, bailes e costumes conservadores. É quando chega Jo March (Saiorse) para ir contra todas estas tradições. A personalidade da jovem intelectual é o grande charme do filme por ser o principal elo entre as personagens e por proporcionar reflexões sobre o papel da mulher.

Adoráveis Mulheres tem a inteligência de ser fiel ao que se propõe, como se manter dentro dos elementos do gênero, mas se renova por abrir espaço para que cada uma das personagens tenha os seus questionamentos. Greta tem o cuidado de distinguir cada uma das irmãs, em seus pensamentos e atitudes, e mostra como estas diferenças são complementares. O recurso do flashback utilizado para narrar a história funciona perfeitamente por contrastar uma época feliz de Jo March ao período sombrio em que a família vive no presente. O que nos faz entender, claramente, quando a protagonista diz que sente saudade de tudo.

Saiorse é um amor nesta refilmagem

Saoirse Ronan é responsável por guiar o enredo e faz isso muito bem com o entusiasmo de Jo March, que é sensível, sonhadora e independente. O restante do elenco segue o mesmo nível de qualidade dirigida por Greta. Meryl Streep faz algo que só ela sabe fazer: equilibrar dois humores em uma pessoa só e mesmo assim sair graciosa. Assim como Laura Dern que repete uma mãe carinhosa e generosa, como já vimos em Livre, e emociona em todo o enredo. Emma Watson, Florence Pugh e Eliza Scanlen completam o time das irmãs March, que igualmente preenchem a tela com boas atuações.

Timothée Chalamet e Louis Garrel são sedutores em seus papéis. Enquanto o primeiro é um rebelde milionário e compartilha da sua riqueza com a família March, além de ser um eterno apaixonado por Jo, o segundo chega para ser o guia necessário na vida da protagonista. Adoráveis Mulheres se torna um filme agradável por renovar o romantismo no cinema e não subestimar a força e a inteligência feminina.

O filme Adoráveis Mulheres foi indicado ao Sindicato dos Produtors e Greta conquistou o prêmio de direção da National Society Of Filmes Crititcs, uma das mais importantes associações de críticos dos Estados Unidos.

• Texto escrito originalmente para o site do Correio do Povo

Confira o trailer

2 comentários

  1. […] E para finalizar esta primeira parte da Maratona Oscar 2020, Adoráveis Mulheres completa o meu top 3. Não só por ser dirigido por uma das minhas cineastas favoritas, o longa deu um frescor aos que os fãs do gênero romance tanto esperavam. Especialmente para nós, mulheres, carentes de uma história que possa nos representar e trazer novas reflexões sobre o nosso papel na sociedade. Conto mais do que achei do filme de Greta Gerwig, ignorada injustamente ao Oscar de Melhor Direção, neste post aqui. […]

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